(post extraído do
Update or Die )
Semana passada ouvi uma palestra do Greg Verdino, um futorologista do marketing, sobre uma nova onda: o micromarketing. Aparentemente, a ideia se aproxima muito do conceito da Cauda Longa do Chris Anderson. Enfim, marketing de nicho não é uma ideia nova. De qualquer forma, pra quem nunca ouviu falar nisso, o lance do micromarketing é o seguinte: botar toda grana em mídia de massa não garante os mesmos resultados que se alcançava em outros tempos. O mundo de hoje é superfragmentado, os consumidores se agrupam por microcomunidades que agrupam gente com hábitos e interesses em comum.
Segundo a ideia do micromarketing, investir de maneira planejada em pequenos nichos pode trazer melhores resultados do que gastar os tubos pra tentar falar com o maior número de consumidores possível (regra default em qualquer plano de mídia). Isso porque no micromarketing primeiro se estuda o nicho, depois prepara-se uma abordagem absolutamente relevante pelos canais mais adequados e por fim, se tudo sair certinho, você tem um grupo fiel, mesmo que pequeno, afim de gastar mais e mais vezes.
Para a maioria dos marqueteiros no Brasil isso é um conceito novo. Segundo estudo da Razorfish, uma das maiores agências digitais do mundo, o país é mais conectado do mundo (pela quantidade de horas conectadas por usuário único) e ao mesmo tempo onde as empresas investem menos em comunicação digital e dirigida.
Entretanto, o tal micromarketing não é nada novo. Esses conceitos nasceram com o marketing direto lá nos anos 60 na cabeça de David Ogilvy, Lester Wunderman, Rapp Collins e cia. Esses caras descobriram que apenas 20% dos clientes de uma empresa são responsáveis por 80% do seu faturamento. Assim, sempre trataram os consumidores por interesses. Pra eles, o marketing sempre foi micro.
Então vamos combinar o seguinte? Criar um termo novo é fácil. Escrever um livro sobre esse novo termo também. Difícil é ter coragem de fazer as velhas boas ideias saírem da gaveta.